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– Capela dos Ossos, Évora
« A vida real não eram as leis dos outros ea sua sanção eo seu teimoso estabelecimento de uma comunidade para o furor de uma plenitude solitária. O absoluto da vida, a resposta fechada para o seu fechado desafio só podia revelar-ecus na união total com nós mesmos, com as forças derradeiras que nos trazem de pé e são nós e exigem realizar-se até ao esgotamento. »
Eu estava numa espécie de crise (em que geralmente me encontro). Não me apetecia ler nada. Não
– Capela dos Ossos, Évora
« A vida real não eram as leis dos outros ea sua sanção eo seu teimoso estabelecimento de uma comunidade para o furor de uma plenitude solitária. na união total com nós mesmos, com as forças derradeiras que nos trazem de pé e são nós e exigem realizar-se até ao esgotamento. »
Eu estava numa espécie de crise (em que geralmente me encontro). Não me apetecia ler nada. Não tinha tempo para ler nada. Uma enorme apatia, que porventura se reconduz ao facto de o Natal ser uma época do ano difícil para mim. Nunca senti grande gosto pelo Natal. Nem quando era criança e recebia presentes. Por isso, o que fiz foi, na semana passada, assim sem pensar muito nisso, ir à biblioteca municipal buscar um livro. Entreï. Não pensei sequer no que ia buscar. Vi as dezenas de jovens que lá se encontravam a estudar, lembrei-me do meu passado muito recente, das férias de Natal que também passei a estudar. Lembrei-me daquele desespero dos exames com quase alegria por já não estar sentada naquelas cadeiras. Dirigi-me à secção de literatura portuguesa. Procurei a Aparição do Vergílio Ferreira. Passei os olhos pelas estantes. Não me apetecia ler a tensão do Lobo Antunes, a falta de nexo; não me apetecia ler a ironia, que tanto gosto me dá, do Eça; enfim, apetecia-me ler outra coisa. E de facto, o que eu andava à procura, mesmo sem saber, era disto…
A capa deste livro é amarela. Côme comme fachadas dos prédios de Évora. Como a luz do sol em Évora. Onde o livro se passa. Na Páscoa deste ano fiz o mesmo que o Alberto, o « doutor » Alberto. Eu, recém munida do meu canudo, e de luto, fiz-me à estrada. Por aí abaixo. Queria ver o país, foi o que pensei. Vi o país, vi Aveiro, vi Sintra, vi Lisboa ao longe, vi Alcobaça, vi e vi. Atravessei a ponte Salgueiro Maia, dans la direction de l’Alentejo. Nunca la tinha ido. De repente era um país novo… Ainda tinha na minha mente as palavras que lera no Portugal do Miguel Torga, que propositadamente lera antes de sair de casa. Cheguei à Évora. Foi para mim, amor à primeira olhada. Senti que havia naquela cidade um desfecho ao que eu já vinha a viver ao longo de tantos anos. Recordo cada minuto que passei em Évora. Do calor que se fazia sentir, era a primeira vez que sentia calor em 2015. Passei-me pelas ruas de Évora, como fez o Alberto, o professor. Vi-as outra vez esta tarde, quando de rajada virei página a página deste livro. Que livro lindíssimo! Bonito como o amarelo das ruas de Évora. Como os hectares da terra primaveril do Alentejo.
Faire provincianisme,
Nas descrições e sinopses, teima em aparecer a designação « provincianismo ». Quase como se o modo de vida a que uns ditos intelectuais apelidam de provincianismo fosse uma forma de viver « de segunda ». Eu não vi provincianismo em nenhuma destas vidas deste livro. Aliás, também não vejo provincianismo nos livros do Eça. Que este livro me fez lembrar. Vejo vidas. Não vejo vidas provincianas. Une complexidade da vida encontra-se nestas vidas que o Vergílio Ferreira descreveu. Comme vidas não são menos ou mais complexas em função do lugar onde vivem.
Ler este livro foi para mim um encantamento. Li com carinho todos os episódios, desde o do cao; à morte do pai, às contestas dos irmãos, as problemáticas irmãs, etc. Fico contente por terminar 2015 com a leitura de um livro que me fez lembrar a semana mais feliz que tive este ano.
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